segunda-feira, 10 de junho de 2013

O que é resiliência, posso aprender a ser resiliente?



PorSérgio Costa
Se você não nasceu resiliente, se você é do tipo que se abate até porque não te convidaram pra festa que nem queria ir, se abate até com o vizinho que não te cumprimentou, ainda assim dá pra desenvolver resiliência, dá pra aprender a ser flexível e superar. Diante dos problemas ocorre sempre uma desintegração psíquico-emocional. Para encontrar novas formas de lidar com a vida, existem sete fatores importantes: estes sete fatores foram selecionados por serem bem concretos, e podem ser aprendidos no processo terapêutico; Os fatores da resiliência são: administração das emoções é a habilidade de se manter sereno diante de um problema. E também a capacidade de usar as pistas e “ler” as outras pessoas, pra saber o que fazer. Estudos têm demonstrado que nosso cérebro tem a capacidade de se moldar diante dos acontecimentos vivenciados em nosso dia-a-dia, sendo que o ambiente em que estamos inseridos tem grande papel transformador. Nesse sentido, nossa capacidade de renovação é completa. E não podia ser diferente com nossos pensamentos, atitudes e formas de assimilação para determinados acontecimentos. Na verdade, a maior certeza que temos é que o ser humano é único e diferente. Logo, há diferenças comportamentais em cada indivíduo. Certas pessoas tornam-se resignadas e acabam aceitando, passivamente, os dissabores da vida. Essa resignação compromete a ação de lutar contra o que ocorre, e a renúncia gera a acomodação frente a cada situação diferente e nova. Outras são, totalmente, reativas. O ambiente é que comanda sua satisfação pela vida. Suas reações são reclamar e praguejar, sendo que nem ao menos tomam alguma atitude efetiva para a mudança. A revolta é uma das principais características de comportamento. Mas, há aquelas que além de confrontarem as situações, enfrentam as tensões com desenvoltura, fazendo de cada experiência um aprendizado positivo. Ao invés de focarem no problema, focam na solução. Ou seja, desenvolveram ao longo da vida, um comportamento resiliente. Sabiamente, Carlos Drumond de Andrade, escreveu: “A dor é inevitável. O sofrimento, opcional”. Pois, sua lucidez poética já reverenciava uma das maiores capacidades humanas, atualmente muito discutida e valorizada, tanto na esfera pessoal quanto na corporativa: a Resiliência. Este termo provém das Ciências Exatas, especificamente, da Física; onde se define que Resiliência é a capacidade que um elemento tem em retornar ao seu estado inicial, após sofrer uma influência externa. Por mais que ele seja pressionado, o mesmo retorna ao seu estado original sem deformação.Saímos da Ciência Lógica e entramos na humana definição de Resiliência. Não é por casualidade que a palavra "desenvolveu" foi adicionada na frase acima. Todos nós podemos ser resilientes. A Resiliência não é um traço de caráter hereditário que possuímos ou deixamos de possuir. Trata-se de uma conquista pessoal. Não é à toa que a superação e o crescimento humano são potencializados em momentos de dificuldade! O ser humano precisa enfrentar desafios para testar seus próprios limites. Quantos de nós já não vivenciamos situações de total dificuldade e quando pensávamos que não haveria mais saída, tempo ou solução, acabamos reabastecendo nos de mais energia ainda? Para responder tal questionamento, destaco duas variáveis fundamentais para o fortalecimento da Resiliência: disciplina e autoconfiança. A primeira vem através do tempo. Esta nos ensina que nosso processo evolutivo é construído diariamente; pois, o problema não está em nossa realidade, mas na forma como a interpretamos. Sabemos que não somos senhores do tempo, nem podemos evitar todas as situações desagradáveis; mas, a maneira como reagimos a elas é que definirá o nosso sucesso. Quanto à autoconfiança, essa é a maior característica do comportamento resiliente. A superação só acontece porque, antes de tudo, acreditamos em nosso potencial regenerativo, em nossa capacidade de crer e agir em prol do positivo. Outra análise que pode ser feita, é que a baixa Resiliência tem legitimado a não permanência de muitos profissionais no mercado corporativo, pois nunca, em momento algum, fomos tão cobrados pela nossa capacidade de flexibilização diante das dificuldades. O indivíduo que não consegue gerenciar e reverter uma situação adversa, precisa mudar o foco, ajustar as velas, "resignificar" o seu modo de vida, para que tais obstáculos e acontecimentos diários sirvam como promoção de seu desenvolvimento pessoal e profissional.


domingo, 9 de junho de 2013

O poder da comunicação global e da mídia deve ser pensado





 

Por Sérgio Costa


O mundo está globalizado, diferente de outras épocas que a humanidade já viveu. Atualmente todos sabem de tudo. As informações correlatas a população de determinada região do globo já não ficam limitadas a elas somente.

Cada espectador dos acontecimentos em sua região analisa, pensa a respeito do que se vê, ou seja, reage a tudo. Em cada lugar do mundo as coisas acontecem, em cada grande ou pequeno espaço, onde houver gente, as percepções humanas surgirão também.
Na verdade sempre haverá uma reação por parte de todos nós diante de tudo que vivenciamos, inegavelmente. O que ocorre no mundo é notícia na TV, no rádio, jornal e internet. Alguém morre, ficamos sabendo 10 minutos depois.  
A maioria das pessoas sabe das principais manchetes internacionais, portanto estamos percebendo mais o mundo. Como normalmente a mídia não enfatiza as boas notícias de cada região, preferindo notificar o caos, a violência, a dor e a guerra, (porque dá mais audiência), há uma tendência de percebermos o mundo também de forma negativa, isso porque a dor de poucos em uma guerra isolada, muitas vezes se transforma em um sofrimento mundial por causa do noticiário. O medo de algumas dezenas de pessoas, por exemplo, pode influenciar no outro lado do continente, milhares e milhares. O poder da comunicação global e da mídia deve ser pensado, porque possui força capaz de aflorar emoções, sentimentos e pensamentos. Como sabemos, nem sempre positivos, ainda mais se levarmos em conta os conflitos emocionais inerentes a natureza humana. 
É ai que os psiquismos dos lugares começam a se formar, a partir das observações pensantes somadas aos sentimentos de cada ser. Mas nos podemos mudar esta situação, trabalhando o nosso psiquismo, educando as novas gerações.







Por Sérgio Costa

Durante um bom tempo Belo Horizonte obteve o título de "Cidade Jardim". Ainda hoje a quantidade de verde preservado impressiona. São mais de 2 milhões de árvores, incluindo ruas, parques e praças. O belo-horizontino tem o dobro de área verde recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMC). São 500 praças que contribuem para uma melhor qualidade de vida na cidade. Lugares para a prática de esportes, manifestações culturais e recreação. Não podemos perder este titulo. Ser belo-horizontino é curtir este espaço ver às crianças brincando, bater um bom papo com os amigos. Com amplas avenidas, praças e áreas arborizadas, Belo Horizonte, a capital mineira, orgulha-se de ser uma das boas cidades do país para se viver. Carinhosamente chamada de Belô ou Beagá, a cidade oferece interessantes áreas de visitação, casas de espetáculos com intensa produção artístico-cultural, boa e diversificada gastronomia, rico artesanato disponível em suas feiras e lojas especializadas, e mantém uma gostosa característica – a hospitalidade mineira.





    

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Função o fio condutor para os Valores humanos



Por Sérgio Costa.
A proposta contida neste artigo tem a tendência de fazer dos Valores Humanos: amor, respeito, família, moral e virtudes, uma constante na vida e no pensamento das pessoas, como se fosse uma voz que somente ela ouve e não permite que transgrida nenhum destes itens que, unidos, fazem a conduta diferencial humana neste planeta.
Estar diante de decisões e escolhas acertadas requer a implementação de conceitos profundos, duradouros e transformadores. Ao longo da história, os povos que mantiveram estes conceitos evitaram o mal e vivenciaram o bem.
Como a Escola e a Empresa são a extensão do nosso lar, é aí onde devemos nos concentrar, utilizando-os como instrumentos de nosso progresso, exercitando e aperfeiçoando nossas qualidades que são a exigência social para atuarmos na missão de existir.
A crença possui uma metodologia de organização como um sistema arquitetônico, com propriedades estruturais descritíveis e mensuráveis, com consequências comportamentais capazes de serem observadas e analisadas, visto que são inferências. Os tipos de crença podem ser vistos como relativamente superiores em encadeamento lógico-funcional ou em comunicação funcional podendo acompanhar a seguinte proposição: Existenciais versus Não Existenciais; Compartilhadas versus Não Compartilhadas sobre a existência e a auto-identidade; Derivadas versus Não Derivadas e Relativas e Não Relativas a questões de gosto.
 As funções são o fio condutor para os Valores, que têm a ver com os modos de conduta e estados finais da existência. Uma vez que um valor é internalizado, ele é tido como um padrão ou critério para guiar a ação e, assim, desenvolver e manter as atitudes em relação a objetos e situações relevantes, para julgar e comparar, moralmente, a si e aos outros. Os valores diferem das atitudes em vários aspectos importantes: enquanto uma atitude representa diversas crenças focadas num objeto ou situação específica, um valor é uma única crença que guia transcendentalmente as ações e julgamentos através de objetos e situações específicas. Um valor é um imperativo para ação e não somente uma crença sobre o preferível mas também uma preferência pelo preferível.
De maneira experimental, propomos que estes conceitos sejam praticados dentro dos processos educacionais e também organizacionais, nos quais exercerão influência nas escolhas e decisões que podem ocorrer tanto na vida, como na carreira das pessoas.
Entendamos esses Valores Humanos, baseados totalmente nas Crenças, Atitudes e Valores, descritas nesse trabalho, que poderão conduzir à preservação da verdadeira essência das pessoas em sua atividade de vida onde cumprir a vida é compreender a o seu andar o seu crescer.
As pessoas e a sociedade são movidas em função de suas Crenças, Atitudes e Valores, implementadas, subliminarmente ou não, no dia-a-dia através de ações e processos educacionais em diversos campos de atuação, até mesmo em programas e propagandas de TV, nos quais sempre se ressaltam a importância destes conceitos e os efeitos nutritivos que possam causar.
Como resultado da implantação do processo de Crenças, Atitudes e Valores na educação e também nas organizações através do destaque em Valores Humanos, teríamos pessoas com maior sensibilidade, solidariedade e compreensão de existência, pessoas estas que se tornariam expansoras deste processo, fazendo-o refletir em suas atuações como cidadãos, membros de uma sociedade que busca, cada vez mais, formas eficazes de se organizar mantendo harmonia e progresso no âmbito pessoal, profissional e, até mesmo, espiritual.
Numa implantação de direitos humanos talvez esteja a resposta para uma sociedade mais ética, para empresas mais éticas e uma política mais ética. Algumas experiências deste tipo já fazem sucesso pelo mundo.  

CRENÇAS, ATITUDES E VALORES





Sérgio Costa.

INTRODUÇÃO
O presente artigo visa demonstrar a importância no desenvolvimento humano através de Crenças, Atitudes e Valores.
Um processo que, quando implantado, pode transformar o comportamento das pessoas .
O presente artigo tem por objetivo sugerir meios para a tomada de consciência dos conceitos-temas, através de planejamento e ações  de tornar consciente os efeitos nocivos  das crenças limitadoras, capazes de realçar estes conceitos na intenção de torná-los um hábito praticável  de que pode ser mudado dentro da sociedade.
A crença possui uma metodologia de organização como um sistema arquitetônico, com propriedades estruturais descritíveis e mensuráveis, com consequências comportamentais capazes de serem observadas e analisadas, visto que são inferências. Os tipos de crença podem ser vistos como relativamente superiores em encadeamento lógico-funcional ou em comunicação funcional podendo acompanhar a seguinte proposição: Existenciais versus Não Existenciais; Compartilhadas versus Não Compartilhadas sobre a existência e a auto-identidade; Derivadas versus Não Derivadas e Relativas e Não Relativas a questões de gosto.
Estruturada essa condição da Crença ela pode ser qualquer uma das propostas capaz de ser precedida pela frase “eu creio que...”, onde o conteúdo pode descrever o seu objeto como verdadeiros opostos, do tipo correto ou incorreto, devendo-se aliar à Natureza da Atitude.
 Falar sobre valores pessoais é um pouco complicado, partindo do principio em que cada individuo possui sua própria  constelação de valores. Mas fazendo alguns estudos e pesquisas, é possível selecionar uma lista de valores pessoais que movem as pessoas vencedoras, as pessoas que conquistam seus objetivos e correm atrás de seu sucesso pessoal e profissional. Vou tentar neste artigo falar um pouco destes valores. A ordem em que estão reflete a minha forma pessoal de avaliar os mesmos, não sendo uma regra a ser seguida. O ideal é que cada pessoa busque os seus valores internamente, e saiba como trabalhar com eles para alcançar seus objetivos.

Antes de começar a dissecar diversos valores, é importante falar em como conseguir descobrir seus valores. Vivemos hoje em um mundo em que os valores estão escondidos, camuflados, seja pela mídia maciça, seja pela cultura rápida e de necessidades imediatas. Mas existe uma forma simples de descobrir seus valores pessoais, com uma simples atitude: Pare por um momento da correria do dia a dia, relaxe tranquilamente, seja num banco de praça, em um café, logo após o almoço, escolha um momento para ser somente seu, e faça a seguinte pergunta a si mesmo: o que é importante para você?  Na grande maioria das vezes, as respostas que você obter desta pergunta, irão indicar seus valores. 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Fatores críticos na rejeição social dos doentes mentais



Por Sérgio Costa
Um dos fatores críticos na rejeição social dos doentes mentais age como gatilho que dispara a sequência, "Ele está louco, precisa ser internado" , é o emprego das classificações chulas. Como se o nome pejorativo que emprestássemos a uma pessoa ou a um objeto simbolizasse uma vingança. E o portador do transtorno entende e sente. É difícil ser doente mental onde não há respeito algum.
O "desviante" psicótico, por outro lado, pode ser ajudado de forma a conservar um sem-número de reações sociais normais que fazem parte do repertório de sua existência. Adquirimos uma percepção mais aguda dos efeitos nocivos que decorriam de se oferecer aos psicóticos apenas uma custódia hospitalar. Sabemos hoje que o ambiente social pode contribuir para a terapia — auxiliando ou prejudicando a recuperação  Os novos métodos de tratamento da psicose pro­curam, entre outras coisas, evitar uma ruptura social, que é a causa mais comum das internações. Por um lado, o hospital pa­ra doentes mentais necessita modificar sua função social; em vez de oferecer apenas uma espécie de proteção estéril, deve proporcionar situações sociais terapêuticas. Por outro lado, as atitudes populares relacionadas com as doenças mentais preci­sam ser transformadas, caso nossa sociedade não queira ofere­cer condições antiterapêuticas. Nossas opiniões das funções so­ciais decorrem geralmente das experiências repetidas que temos a respeito delas. Não é graças a uma única experiência que as aprendemos; nossa compreensão necessita de uma prática quase diária. E isso se aplica também aos que enlouquecem. Se os pacientes psicóticos são considerados indivíduos  sem nenhum significado social, exceto em termos de ameaça, se são tratados como indivíduos insensíveis ao meio em que vivem, necessitan­do apenas de uma vida grandemente simplificada e despida das sutilezas e complexidades da existência comum, certamente eles se tornarão socialmente vazios. Uma condição de anonimato per­manente transforma as pessoas em meras sombras das persona­lidades que antes possuíam. Á maioria das pessoas que fazem parte de um grupo com relações sociais recíprocas deseja que os desviantes se adaptem às suas normas. Assim, organizações sociais especiais criadas para manter os psicóticos na comunida­de acarretariam maior compreensão e tolerância do público gra­ças a uma experiência mútua. A natureza das "dinâmicas do grupo" sugere um esforço em vista de um ajuste por meio das forças sociais. Naturalmente, estamos generalizando. Á própria pressão em vista da adaptação social pode provocar uma crise em alguns pacientes, ou apenas contribuir para ela. O psicótico não representa, porém, geralmente perigo para a comunidade. Refiro-me nesse caso à comunidade , mais do que a família. Na família, a menos que certos serviços comunitários especiais sejam bem desenvolvidos, a ten­são pode ser terrível. Ora, não é fácil modificar certas atitu­des sociais antigas, de sorte que os serviços da comunidade pos­sam funcionar adequadamente, numa sociedade que se mostra intolerante para com a loucura. Para muitas pessoas, a loucura ainda é um problema moral mais do que um problema de doença mental; ela representa uma ofensa contra o código moral delas


Psicanálise e Direito de Família.






Por Sérgio Costa
O que se vê, na maioria das vezes, nas causas de família, em especial nos casos de ‘separação/divórcio’ são duas pessoas se agredindo, se ferindo, desrespeitando uma a outra. A partilha dos bens, a guarda dos filhos, uma verdadeira batalha jurídica e judicial, com cada parte querendo levar mais vantagem.
Tanto o pai quanto a mãe, na verdade, ‘usam’ os filhos para agredir o outro genitor.
Não se lembram que, com tais atitudes, podem causar nos filhos, de qualquer
idade, recalques de difíceis e até impossíveis reparações.
Os progenitores, vítimas do avanço da causa feminista, perdem a afeição dos seus filhos pela ação conjugada das mães emancipadas e dos juízes impregnados de estereótipos ultrapassados. Assim, o destino desses pais é infeliz, pois foram ejetados, desestabilizados, desvalorizados, sob efeitos nefastos de sua exclusão da tríade parental sobre o desenvolvimento dos filhos.
O resultado do afastamento da figura paterna, do representante das leis na estrutura familiar:- filhos "perdidos", drogaditos e entregues à marginalidade.
Cumpre ressaltar, que todos nós, profissionais do Direito, que militamos amiúde na área de família, podemos sim, e muito, contribuir para uma melhor solução das ações familiares, desde que aliados à Psicanálise, considerando que somos seres de desejo, e este não é legislável. Além do que, todas as relações são regidas, também, pelo inconscientes. Dessa forma, pra efetivarmos a lei e ‘afetivarmos’ o desejo, nosso trabalho deverá buscar sempre o interesse dos seres humanos, dotados de sentimentos e emoções, e uma equilibrada convivência futura da família, após a separação/divórcio. Essas medidas têm que envolver os poderes constituídos, especialmente a justiça e os profissionais que nela atuam.
Que a separação conjugal possa dar lugar a uma vontade vital de renascimento e uma nova aliança entre os amantes desunidos. Tudo isto em prol dos pais excluídos, nos interesses de mães abandonadas, mas acima de tudo no real interesse dos filhos ‘fragmentados’."
Além do exposto , acrescentaríamos que não podemos esquecer que a família sempre existiu.
O que muda é a sua constituição, num conceito mais amplo. É preciso entendê- la acima da história:
1. Hoje a família está diferente. Isso se deve a busca pelo espaço de liberdade
2. Os vínculos familiais não fogem da natureza humana: amamos e odiamos;
3. As relações familiares são complexas e sujeitas as normas afetivas, sociais e jurídicas e, ainda, a elementos inconscientes.
           Segundo Dr Walter Soares Oliveira, advogado, especialista em Direito de Família relata sobre as consequências afetivas proporcionadas pelo "Direito Disciplinador", nos indivíduos envolvidos em processo de separação/divórcio:
"Gostaria de ressaltar que o Direito não disciplina o comportamento humano, mas sim normatiza as consequências do comportamento humano no que tange às suas relações sociais, e cuida de dirimir as controvérsias de interesses (quase sempre antagônicos) decorrentes do comportamento e das relações dos cidadãos.
As consequências emocionais e afetivas têm uma diversidade muito grande, variando seus reflexos de pessoa para pessoa. Em geral o rompimento de uma relação conjugal é precedida de uma perda expressiva de energia, pois o clima tenso de uma relação em fase terminal provoca grandes tensões e inseguranças.
Esta perda de energia costuma ter longa duração porque ela acompanha todo o processo, ou seja, desde quando uma relação começa a se deteriorar até o dia que se põe fim ao problema pelas vias judiciais, demora muito, porque costuma, via de regra, ocorrer uma longa espera e as pessoas não tomam a providência necessária com brevidade, eis que há sempre uma esperança de normalizar a relação e há também o fator "sentimento de culpa" que envolve as partes, o que faz com que eles retardem uma tomada de posição mais incisiva.
Neste momento as pessoas têm uma tendência a serem tomadas por sentimentos, ações e reações passionais, tornando a questão muito melindrosa e, enfrentar os fatos e a realidade de frente é sempre bastante desagradável; por isto as pessoas têm também uma tendência a se acomodar, deixando os acontecimentos irem determinando as providências, o que acaba gerando muita ansiedade, agressividade (ou o contrário, a pessoa fica passiva e desmotivada), gerando, de qualquer forma, um sofrimento continuado. É como o autoflagelo.
Os adiamentos se devem, principalmente, ao sentimento de perda, de medo e de insegurança. Perda de status, de patrimônio, porto, convívio; Medo de assumir a sua dificuldade, o seu erro, de recomeçar, dentre outras.
Neste processo de espera e de adiamentos, afora os danos causados ao casal propriamente, os efeitos nos filhos também são bastante danosos. Assim, procuramos sempre recomendar ao casal o diálogo racional, estimulando-os através da percepção dos efeitos positivos que isto poderá trazer, ou seja, a reconciliação ou a decisão definitiva da separação.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Luto e Melancolia


Por Sergio Costa.
Farei uma breve análise comparativa das instâncias psíquicas que se relacionam entre si, estabelecendo, portanto, as características fundamentais relacionadas ao luto e a melancolia num processo de perda diante do objeto amado. Entendemos como luto a elaboração do ego frente a uma perda real; ou seja, o teste da realidade que provará a ausência do objeto amado, passando a exigir que toda a libido seja retirada de suas pulsões originárias. O ego precisará fazer um desinvestimento libidinal e, paulatinamente, apagar as lembranças do objeto amado, sem antes percorrer o processo de sofrimento inerente à existência humana.
 A dor terá que ser digerida aos poucos para que possivelmente toda a energia catexial seja desintegrada do seu self e reinvestida em outros objetos. O conflito entre a realidade e as lembranças, será de fato inexorável, todavia, necessário à elaboração da perda.  Entende-se por luto não apenas eventos dolorosos relativos à morte. Luto seria todo o processo de separação dolorosa entre o sujeito e o objeto idealizado.Contextualizando luto e melancolia, em que a melancolia pode ser definida como depressão, gostaria de salientar que no luto não há identificação ao objeto perdido. A melancolia (Depressão) constitui-se por meio do seu auto-envilecimento, ou seja, a autopunição do ego frente ao objeto amado. Inicialmente, a culpa e o ódio estão direcionados ao objeto perdido, porém, ao perceber que o objeto amado é inexistente, passa a introjetar as respectivas  libidos destrutivas. (Na depressão, o amor e ódio estão concomitantemente relacionados). 
 O ego sente-se extremamente culpado pelo ocorrido diante das pressões do gerador de culpa. Na depressão, o ego identifica-se como o objeto perdido por conta das pressões punitivas do ideal do ego. Estabelece-se uma relação cordial entre o ego e o ideal do ego. O ego tenta provar ao ideal do ego que o objeto não foi perdido, afirmando-se como o próprio objeto. O ego acaba identificando-se com o objeto perdido por não mais suportar as pressões do ideal do ego que lhe impinge culpa pelo acontecimento. Não obstante, ao perceber que o ego está sob seu domínio, exige que o mesmo seja desintegrado e fadado ao destino do objeto amado: a morte. Ao recusar-se à morte, o ego acumula energia e passa a enfrentar as punições severas do ideal do ego e, doravante, entra em estado de elação (exaltação) por não mais tolerar o seu próprio definhamento. Entrementes, a altivez do ego torna-se passageira frente à irredutibilidade do ideal do ego que o pressiona diante da identificação por ele (Ego) anteriormente afirmada. Identificação: torna-se igual a (…). Em linhas gerais, concluo pontuando o conflito cujo ego estará “eternamente” fadado.


A relação Indivíduo-Lider é um jogo de Espelho.

Por Profº Sérgio Costa.


Não queremos banalizar a estrutura psíquica do homem, nem tão pouco a descrição do "meio", que por sua irracionalidade seria o principal fator etiológico da neurose. No fundo, filiado ao determinismo que repousa sobre o indivíduo ingênuo, por um lado, e a sociedade do outro, que o influencia de formas e graus variados, ignorando que o indivíduo é, em si, um produto social, assim como ignora o próprio conflito indivíduo-sociedade.
Quanto mais profundamente a Psicanálise sonda as zonas inconscientes do sujeito analítico, mais, nós psicanalistas, nos assustamos quando percebemos como os mecanismos sociais produziram a individualidade. Sob um manto de culpa que o encobre, esse sujeito se traduz em sintomas obsessivos que, aliás, o Estado estimula, mas em contrapartida, não consegue manter uma boa política de saúde mental, para aplacá-los, contribuindo assim para o caos em que vivemos.
Concluímos que quanto maior a aplicação de categorias sociológicas e psicológicas, mais superficial se torna a interação entre o psiquismo e o social. A estrutura contraditória da sociedade é vista em termos moralistas. A concorrência aparece como o princípio dominante da esfera social, e dela derivam os conflitos psíquicos. Segundo H.Horney o narcisista se caracteriza por uma sobrevalorização do ego, por uma espécie de inflação psíquica que, como a inflação econômica, oferece valores superiores aos que de fato existem.
E é aqui que se encontram os destinos do desejo: numa direção marcadamente exibicionista e autocentrada, que tem como contrapartida o esvaziamento do intersubjetivo e o desinvestimento nas trocas inter-humanas. Esse é o trágico cenário para a implosão e a explosão da violência que marcam a atualidade.
No que se refere aos fundamentos de uma sociedade de espetáculos, no seu bojo narcísico, o individualismo e o autocentramento atingiram seu ponto máximo, com o consequente apagamento da alteridade e da intersubjetividade ao lado de um enaltecimento exacerbado de si mesmo.
A identificação da massa com o líder é obtida através da técnica de identificação, mesmo que parcialmente, do líder com a massa. A idealização é uma forma de narcisismo: o objeto idealizado é parte do próprio sujeito e, amá-lo significa amar-se a si mesmo. A relação entre a massa e o seu pai totêmico segue o mesmo padrão.
A relação indivíduo-líder é assim como um jogo de espelhos: não se sabe o que é real e o que é reflexo. E a identificação do indivíduo com o líder, que se torna pai totêmico, parece representar a outra face da identificação do líder com o indivíduo.
A indústria cultural põe a arte a serviço da vida, e isso implica o estímulo da capacidade criativa. Sua poética tende não somente à imitação do real, mas à fusão com o real.
E o que tem sido estimulado, nos últimos tempos, é a pulsão de morte, repressão e recalque como expressão da vida; é cada um pra si e por si; só se estimula "eu para eu mesmo"; o narcisismo acima de tudo; "eu posso tudo", "eu sou o máximo" Na cultura do narcisismo e na sociedade do espetáculo, a fragmentação da subjetividade pelo paradoxo entre autocentramento e exterioridade, ocupa posição fundamental. Trata-se de uma nova forma de subjetivação, por meio da qual são forjadas outras modalidades na atualidade, o que constitui o fundamento da atual psicopatologia.
A psicopatologia da pós-modernidade define-se, justamente, pelo fracasso de muitos sujeitos deprimidos, toxicômanos e panicados, em realizar a glorificação do eu e a estetização da existência. Essas patologias têm recebido maciço investimento financeiro de grandes laboratórios farmacêuticos internacionais, para a realização de pesquisas, predominantemente, de ordem biológica e psicofarmacológica. Deixa de olhar o mundo dos objetos, os sentidos humanos e suas implicações.Freud descreveu com o nome de "Wiederholungrzway" a compulsão de repetição: o processo incoercível pelo qual o sujeito repete, interminavelmente, experiências passadas sem se recordar do protótipo, com a impressão de que percebe e age de acordo com elementos da situação presente.
ALGUNS INFORMES SOBRE NEUROCIÊNCIAS
por Profº Sérgio Costa.


As últimas considerações representam os estudos introdutórios ao campo das neurociências que, cada vez mais, estão ganhando uma crescente importância na Psicanálise em geral e nos fenômenos psicossomáticos, em particular. As neurociências demonstram como as emoções se desenvolveram para aumentar a sobrevivência e garantir a existência da espécie – em qualquer espécie animal - por propiciar e organizar soluções mais adaptativas aos problemas inerentes aos seres vivos, tal como é a busca de uma homeostasia corporal, a necessidade de alimentos e demais demandas pulsionais, a fuga de perigos, a reprodução, os cuidados com a prole e as relações sociais.
Deste modo, as neurociências objetivam iluminar os circuitos cerebrais das emoções, assim comprovando o fato de que, por vias neuronais, através de partes do cérebro como tálamo, amígdala (funciona em nível subcortical, com respostas rápidas, curtas, em bloco), hipocampo (funciona em nível cortical, com respostas mais lentas e longas, porque ele registra a “memória do perigo”, o que lhe possibilita, pelo “medo”, a prevenção em espaços e circunstâncias delimitadas, de maneira que, nos casos de lesão do hipocampo, o medo se generaliza), córtex ocipital (mais destinada a reações impulsivas contra os supostos perigos) e córtex pré-frontal (responsável pela atenção dirigida e pela tomada de decisões, com uma escolha de respostas adequadas, baseadas em experiências prévias), juntamente com a secreção de serotoninas, cortisol, entre outras, determinarão respostas corporais que são hormonais, viscerais e da musculatura esquelética.
Por exemplo, um determinado estresse provocará uma excessiva excitação do sistema nervoso autônomo e, através do eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal, este último elevará o nível de cortisol, o qual, por sua vez, promove prejuízos tanto no sistema imunológico (determinando quadros de cólon irritável, asma, úlcera...) quanto no sistema cognitivo (promovendo uma diminuição da memória, concentração, capacidade para pensar, agir com coerência, uma certa confusão e dificuldade de usar as outras pessoas que, normalmente, por intermédio da função de “reconhecimento”, exercem o papel de auto-reguladores das emoções). A ausência dessa última condição favorece o surgimento de uma “alexitimia”, ou seja, de uma incapacidade para ler as emoções, enquanto o pensamento adquire uma natureza operatória, pois as fantasias, fazendo um curto-circuito, em vez de ficarem conscientes, drenam através do corpo, assim alimentando um círculo vicioso.

Ainda dentro do campo das investigações que cercam as inter-relações entre os processos mentais e os orgânicos, impõem-se mencionar duas importantes fontes: uma é a provinda dos estudos dos norte-americanos Sifneos e Nemiah, que introduziram a noção da alexitimia, antes mencionada. Conforme designa a etimologia dessa palavra, que deriva dos étimos a (quer dizer: “privação de”) + lex (leitura) + timos (glândula que era considerada a responsável pelo humor), o conceito de alexitimia alude à dificuldade de os pacientes somatizadores conseguirem “ler” as suas emoções e, por isso, elas se expressam pelo corpo, assim caracterizando uma dificuldade neurobiológica de simbolização. A segunda fonte procede da Escola de Psicossomática de Paris, que aportou o conceito de pensamento operatório, ou seja, o somatizador tem dificuldades de fantasiar, de sorte que o ego não consegue processar, elaborar e representar as pulsões, do que resulta que ele superlibidinizar o corpo de forma concreta.

As competências pessoais

http://issuu.com/neppbh/docs/psicanalise___empresarial

Revista do NEPP







Por Sérgio Costa


As competências pessoais representadas pelo autoconhecimento: as emoções, os pontos fortes e fracos e a  autoconfiança; pelo autogerenciamento: o autocontrole, a integridade, a responsabilidade, a adaptabilidade, a criatividade e a inovação; e pela motivação: a força, o envolvimento, o comprometimento, a iniciativa e o otimismo, constituem fatores que devem sempre ser conhecidos e perseguidos pelas pessoas para fins de desenvolvimento. 






Pacientes Somatizadores

Quando o sofrimento não pode expressar-se pelo pranto,
Ele faz chorarem os outros órgãos.
W. Motsloy 

Se você pensa positivamente, o seu sistema imunológico

também responde positivamente.

CONCEITUAÇÃO

Sempre houve uma tendência – tanto no campo da filosofia quanto no da primitiva ciência médica – de separar o corpo da mente. Mais especificamente no que se refere à Psicanálise, ainda hoje muitos se perguntam se a doença psicossomática é um campo de saber à parte dos princípios psicanalíticos ou se estes últimos representam uma extensão, um desenvolvimento e um novo campo mais abrangente da Psicanálise, assim facilitando a compreensão e o manejo dos pacientes somatizadores. O fato incontestável é que os psicanalistas têm sido os grandes fomentadores do movimento psicossomático, logo, de uma medicina integrada, holística e de uma visão humanística da existência.
O termo “psico-somático” (tal como está grafado, com um hífen nitidamente separador entre psique e soma) apareceu pela primeira vez na literatura médica há aproximadamente 200 anos, em um texto de Heinroth, clínico e psiquiatra alemão, no qual o autor buscava adjetivar uma forma particular de insônia. Essa concepção pioneira foi fortemente atacada por grande parte do conservadorismo científico da época, enquanto algumas outras vozes tímidas apontavam para aquela concepção integradora. Um dos seguidores desta linha de pensamento médico foi William Motsloy, que há mais de 100 anos, em Fisiologia da mente, demonstrando um alto grau de intuição, escreveu que quando o sofrimento não pode expressar-se pelo pranto, ele faz chorarem os outros órgãos. A partir do final da década de 40, o termo “psicossomático” passou a ser empregado como substantivo, para designar, no campo da medicina, a decisiva influência dos fatores psicológicos na determinação das doenças orgânicas, já admitindo uma inseparabilidade entre elas.
Aliás, ninguém mais contesta a inequívoca interação entre o psiquismo determinando alterações somáticas e vice-versa, o que permitiria a ilustração com exemplos clínicos que vão desde os mais simples (a corriqueira evidência de estados de raiva ou medo produzindo palidez e taquicardia; vergonha levando a um enrubescimento; um estado gripal desencadeando uma reação depressiva e, reciprocamente, um estado depressivo facilitando o surgimento de uma gripe, dentre outras.), passando por situações relativamente complexas. 
Por Sérgio Costa.