segunda-feira, 3 de junho de 2013







Pacientes Somatizadores

Quando o sofrimento não pode expressar-se pelo pranto,
Ele faz chorarem os outros órgãos.
W. Motsloy 

Se você pensa positivamente, o seu sistema imunológico

também responde positivamente.

CONCEITUAÇÃO

Sempre houve uma tendência – tanto no campo da filosofia quanto no da primitiva ciência médica – de separar o corpo da mente. Mais especificamente no que se refere à Psicanálise, ainda hoje muitos se perguntam se a doença psicossomática é um campo de saber à parte dos princípios psicanalíticos ou se estes últimos representam uma extensão, um desenvolvimento e um novo campo mais abrangente da Psicanálise, assim facilitando a compreensão e o manejo dos pacientes somatizadores. O fato incontestável é que os psicanalistas têm sido os grandes fomentadores do movimento psicossomático, logo, de uma medicina integrada, holística e de uma visão humanística da existência.
O termo “psico-somático” (tal como está grafado, com um hífen nitidamente separador entre psique e soma) apareceu pela primeira vez na literatura médica há aproximadamente 200 anos, em um texto de Heinroth, clínico e psiquiatra alemão, no qual o autor buscava adjetivar uma forma particular de insônia. Essa concepção pioneira foi fortemente atacada por grande parte do conservadorismo científico da época, enquanto algumas outras vozes tímidas apontavam para aquela concepção integradora. Um dos seguidores desta linha de pensamento médico foi William Motsloy, que há mais de 100 anos, em Fisiologia da mente, demonstrando um alto grau de intuição, escreveu que quando o sofrimento não pode expressar-se pelo pranto, ele faz chorarem os outros órgãos. A partir do final da década de 40, o termo “psicossomático” passou a ser empregado como substantivo, para designar, no campo da medicina, a decisiva influência dos fatores psicológicos na determinação das doenças orgânicas, já admitindo uma inseparabilidade entre elas.
Aliás, ninguém mais contesta a inequívoca interação entre o psiquismo determinando alterações somáticas e vice-versa, o que permitiria a ilustração com exemplos clínicos que vão desde os mais simples (a corriqueira evidência de estados de raiva ou medo produzindo palidez e taquicardia; vergonha levando a um enrubescimento; um estado gripal desencadeando uma reação depressiva e, reciprocamente, um estado depressivo facilitando o surgimento de uma gripe, dentre outras.), passando por situações relativamente complexas. 
Por Sérgio Costa.

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