Quando o sofrimento não pode
expressar-se pelo pranto,
Ele faz chorarem os outros
órgãos.
W. Motsloy
Se você pensa positivamente, o seu sistema imunológico
também responde positivamente.
CONCEITUAÇÃO
Sempre houve uma tendência –
tanto no campo da filosofia quanto no da primitiva ciência médica – de separar
o corpo da mente. Mais especificamente no que se refere à Psicanálise, ainda
hoje muitos se perguntam se a doença psicossomática é um campo de saber à parte
dos princípios psicanalíticos ou se estes últimos representam uma extensão, um
desenvolvimento e um novo campo mais abrangente da Psicanálise, assim
facilitando a compreensão e o manejo dos pacientes somatizadores. O fato
incontestável é que os psicanalistas têm sido os grandes fomentadores do
movimento psicossomático, logo, de uma medicina integrada, holística e de uma
visão humanística da existência.
O termo “psico-somático” (tal
como está grafado, com um hífen nitidamente separador entre psique e
soma) apareceu pela primeira vez na literatura médica há aproximadamente
200 anos, em um texto de Heinroth, clínico e psiquiatra alemão, no qual o autor
buscava adjetivar uma forma particular de insônia. Essa concepção pioneira foi
fortemente atacada por grande parte do conservadorismo científico da época,
enquanto algumas outras vozes tímidas apontavam para aquela concepção
integradora. Um dos seguidores desta linha de pensamento médico foi William
Motsloy, que há mais de 100 anos, em Fisiologia da mente, demonstrando
um alto grau de intuição, escreveu que quando o sofrimento não pode
expressar-se pelo pranto, ele faz chorarem os outros órgãos. A partir do
final da década de 40, o termo “psicossomático” passou a ser empregado como
substantivo, para designar, no campo da medicina, a decisiva influência dos
fatores psicológicos na determinação das doenças orgânicas, já admitindo uma
inseparabilidade entre elas.
Aliás,
ninguém mais contesta a inequívoca interação entre o psiquismo determinando
alterações somáticas e vice-versa, o que permitiria a ilustração com exemplos
clínicos que vão desde os mais simples (a corriqueira evidência de estados de
raiva ou medo produzindo palidez e taquicardia; vergonha levando a um
enrubescimento; um estado gripal desencadeando uma reação depressiva e,
reciprocamente, um estado depressivo facilitando o surgimento de uma gripe, dentre outras.), passando por situações relativamente complexas. Por Sérgio Costa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário