Por Profº Sérgio Costa.
Quanto mais profundamente a Psicanálise sonda as zonas inconscientes do sujeito analítico, mais, nós psicanalistas, nos assustamos quando percebemos como os mecanismos sociais produziram a individualidade. Sob um manto de culpa que o encobre, esse sujeito se traduz em sintomas obsessivos que, aliás, o Estado estimula, mas em contrapartida, não consegue manter uma boa política de saúde mental, para aplacá-los, contribuindo assim para o caos em que vivemos.
Concluímos que quanto maior a aplicação de categorias sociológicas e psicológicas, mais superficial se torna a interação entre o psiquismo e o social. A estrutura contraditória da sociedade é vista em termos moralistas. A concorrência aparece como o princípio dominante da esfera social, e dela derivam os conflitos psíquicos. Segundo H.Horney o narcisista se caracteriza por uma sobrevalorização do ego, por uma espécie de inflação psíquica que, como a inflação econômica, oferece valores superiores aos que de fato existem.
E é aqui que se encontram os destinos do desejo: numa direção marcadamente exibicionista e autocentrada, que tem como contrapartida o esvaziamento do intersubjetivo e o desinvestimento nas trocas inter-humanas. Esse é o trágico cenário para a implosão e a explosão da violência que marcam a atualidade.
No que se refere aos fundamentos de uma sociedade de espetáculos, no seu bojo narcísico, o individualismo e o autocentramento atingiram seu ponto máximo, com o consequente apagamento da alteridade e da intersubjetividade ao lado de um enaltecimento exacerbado de si mesmo.
A identificação da massa com o líder é obtida através da técnica de identificação, mesmo que parcialmente, do líder com a massa. A idealização é uma forma de narcisismo: o objeto idealizado é parte do próprio sujeito e, amá-lo significa amar-se a si mesmo. A relação entre a massa e o seu pai totêmico segue o mesmo padrão.
A relação indivíduo-líder é assim como um jogo de espelhos: não se sabe o que é real e o que é reflexo. E a identificação do indivíduo com o líder, que se torna pai totêmico, parece representar a outra face da identificação do líder com o indivíduo.
A indústria cultural põe a arte a serviço da vida, e isso implica o estímulo da capacidade criativa. Sua poética tende não somente à imitação do real, mas à fusão com o real.
E o que tem sido estimulado, nos últimos tempos, é a pulsão de morte, repressão e recalque como expressão da vida; é cada um pra si e por si; só se estimula "eu para eu mesmo"; o narcisismo acima de tudo; "eu posso tudo", "eu sou o máximo" Na cultura do narcisismo e na sociedade do espetáculo, a fragmentação da subjetividade pelo paradoxo entre autocentramento e exterioridade, ocupa posição fundamental. Trata-se de uma nova forma de subjetivação, por meio da qual são forjadas outras modalidades na atualidade, o que constitui o fundamento da atual psicopatologia.
A psicopatologia da pós-modernidade define-se, justamente, pelo fracasso de muitos sujeitos deprimidos, toxicômanos e panicados, em realizar a glorificação do eu e a estetização da existência. Essas patologias têm recebido maciço investimento financeiro de grandes laboratórios farmacêuticos internacionais, para a realização de pesquisas, predominantemente, de ordem biológica e psicofarmacológica. Deixa de olhar o mundo dos objetos, os sentidos humanos e suas implicações.Freud descreveu com o nome de "Wiederholungrzway" a compulsão de repetição: o processo incoercível pelo qual o sujeito repete, interminavelmente, experiências passadas sem se recordar do protótipo, com a impressão de que percebe e age de acordo com elementos da situação presente.
Concluímos que quanto maior a aplicação de categorias sociológicas e psicológicas, mais superficial se torna a interação entre o psiquismo e o social. A estrutura contraditória da sociedade é vista em termos moralistas. A concorrência aparece como o princípio dominante da esfera social, e dela derivam os conflitos psíquicos. Segundo H.Horney o narcisista se caracteriza por uma sobrevalorização do ego, por uma espécie de inflação psíquica que, como a inflação econômica, oferece valores superiores aos que de fato existem.
E é aqui que se encontram os destinos do desejo: numa direção marcadamente exibicionista e autocentrada, que tem como contrapartida o esvaziamento do intersubjetivo e o desinvestimento nas trocas inter-humanas. Esse é o trágico cenário para a implosão e a explosão da violência que marcam a atualidade.
No que se refere aos fundamentos de uma sociedade de espetáculos, no seu bojo narcísico, o individualismo e o autocentramento atingiram seu ponto máximo, com o consequente apagamento da alteridade e da intersubjetividade ao lado de um enaltecimento exacerbado de si mesmo.
A identificação da massa com o líder é obtida através da técnica de identificação, mesmo que parcialmente, do líder com a massa. A idealização é uma forma de narcisismo: o objeto idealizado é parte do próprio sujeito e, amá-lo significa amar-se a si mesmo. A relação entre a massa e o seu pai totêmico segue o mesmo padrão.
A relação indivíduo-líder é assim como um jogo de espelhos: não se sabe o que é real e o que é reflexo. E a identificação do indivíduo com o líder, que se torna pai totêmico, parece representar a outra face da identificação do líder com o indivíduo.
A indústria cultural põe a arte a serviço da vida, e isso implica o estímulo da capacidade criativa. Sua poética tende não somente à imitação do real, mas à fusão com o real.
E o que tem sido estimulado, nos últimos tempos, é a pulsão de morte, repressão e recalque como expressão da vida; é cada um pra si e por si; só se estimula "eu para eu mesmo"; o narcisismo acima de tudo; "eu posso tudo", "eu sou o máximo" Na cultura do narcisismo e na sociedade do espetáculo, a fragmentação da subjetividade pelo paradoxo entre autocentramento e exterioridade, ocupa posição fundamental. Trata-se de uma nova forma de subjetivação, por meio da qual são forjadas outras modalidades na atualidade, o que constitui o fundamento da atual psicopatologia.
A psicopatologia da pós-modernidade define-se, justamente, pelo fracasso de muitos sujeitos deprimidos, toxicômanos e panicados, em realizar a glorificação do eu e a estetização da existência. Essas patologias têm recebido maciço investimento financeiro de grandes laboratórios farmacêuticos internacionais, para a realização de pesquisas, predominantemente, de ordem biológica e psicofarmacológica. Deixa de olhar o mundo dos objetos, os sentidos humanos e suas implicações.Freud descreveu com o nome de "Wiederholungrzway" a compulsão de repetição: o processo incoercível pelo qual o sujeito repete, interminavelmente, experiências passadas sem se recordar do protótipo, com a impressão de que percebe e age de acordo com elementos da situação presente.
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